Por R$ 49.900, smart mhd vale a pena?


Para mim o “smart por excelência”, a opção que melhor representa o espírito do carrinho, é a com motor 0.8 l a diesel oferecida na Europa. Capaz de percorrer 30 km/l com o combustível, podemos dizer que aí sim o compacto cumpre sua proposta de carro urbano, pouco poluente e econômico.
Mas nem tudo está perdido para nós, brasileiros, visto que a legislação vigente impossibilita um carro como o smart ser homologado em nosso país com propulsor diesel. Já está disponível nas lojas a versão mhd por R$ 49.900, a qual passa a ocupar o posto de entrada para o carro no país.

Se você gostou da pintura alusiva a nossa bandeira que cobre a carroceria do smart deve correr, pois ela faz parte da edição especial Brazilian Edition limitada em 300 unidades. Além de perder alguns elementos no interior, como o relógio e conta-giros no alto do painel, o propulsor dispensa o auxilio do turbo e perde 13 cv, ficando com 71 cv ante 84 cv do fortwo Coupé, opção que segue em linha por R$ 57.900.

Na análise fria dos números isso representa uma redução de 4s7 na aceleração de 0 a 100 km/h (11s1 ante 15s8 do mhd) e de 3s1 na retomada de 60 a 120 km/h (13s9 contra 17s0). Já na sempre mais acalorada análise subjetiva, o fato do motor 1.0 receber menos ar nas câmaras de combustão pouco influenciou seu comportamento no trânsito urbano. Ele não é "chocho" e nem deixa você na mão em uma subida. Até mesmo na estrada o mhd foi muito bem.

Se o de 84 cv é muito esperto, o smart de 71 cv é feito na medida afinal um smart não é e nem se propõe a ser um esportivo, correto? Já o sistema start/stop, um dos primeiros carros com o dispositivo à venda no Brasil, ajudou o pequenino a atingir consumo médio de 14 km/l (a média do turbo fica em 12,5 km/l).

Vale destacar que você pode desabilitar o mecanismo, caso seja sua escolha. Se você sempre quis ter um smart, mesmo com todas as suas limitações no que diz respeito a capacidade de carga e passageiros e agora ele cabe no seu orçamento, pode assinar o cheque sem medo. Estará levando uma de suas versões mais interessantes para casa.

Leonardo Barboza
Quando surgiu a idéia de avaliarmos o Smart Brazilian Edition com motor de 71 cv e sistema mhd (Micro Hybrid Drive), minha expectativa era que o carrinho rodaria muitos quilômetros com apenas um tanque de combustível, já que seu irmão mais potente, de 84 cv, é muito econômico. O motivo para tanto residia na tecnologia "micro híbrida", a qual reduz o consumo de combustível e a emissão de poluentes graças ao desligamento automático do motor quando o freio está acionado e a velocidade cai abaixo dos 8km/h. O mesmo é ligado em fração de segundos assim que o pedal em questão é liberado.

Contudo o smart mhd não foi tudo que eu esperava. Logo no começo, com o start/stop acionado e o famoso “anda e para” do trânsito na cidade de São Paulo, comecei a ficar incomodado com o liga e desliga do propulsor. Também percebi que, com os faróis e o rádio ligados, o display do último chegou a oscilar em algumas partidas. Logo, imaginei quanto tempo o sistema elétrico do carro deve durar com ele enfrentando o congestionamento das grandes cidades.

Muitas vezes pensei em desligar o sistema por meio da tecla ECO acima da alavanca de marchas. Assim, o ar-condicionado também funcionaria sem interferências, já que, com o bloco de 999 cm³ destivado, ele deixa de atuar temporariamente.

Resumindo: o consumo não foi muito vantajoso em relação ao smart de 84 cv, mas pelo menos creio que o nível de emissões de poluentes deve ser menor. Na minha opinião, se eu fosse comprar um smart, escolheria essa versão já que o preço R$ 49 900, mesmo não tendo a mesma lista de itens de série do fortwo coupé, é a mais atraente das opções.

Márcio Murta
Com dimensões reduzidas e design simpático, o smart fortwo não consegue conter seu charme: ele acaba torcendo pescoços e aglomerando pessoas por onde quer que passe. Além do apelo visual, a nova variante mhd mantém os atributos do carro, dentre eles a facilidade de manobrar nas cidades grandes, onde as vagas estão cada vez mais escassas. Mas o modelo cobra caro por tais características, a começar pelo seu preço de R$ 49.900 nesta opção.

É um valor muito alto para um automóvel que não transporta mais que duas pessoas e algumas mochilas, mesmo que ofereça de série sistema start-stop, freios ABS, controle de estabilidade, airbag duplo, ar-condicionado, sistema de som, entro outros. Além do mais, levando em conta seu peso e a tecnologia, o consumo não pode ser classificado como extraordinário (registrou média de 12 km/l em ciclo urbano e 16,1 km/l em rodovias). Além disso, a unidade avaliada apresentou diversos ruídos internos e sua suspensão é muito dura, transformando quaisquer desníveis no asfalto em solavancos. Ele não é nada confortável.

O motor 1.0 com 3 cilindros e 71 cv de potência, por sua vez, apresentou arrancadas lentas, especialmente em subidas, embora as retomadas tenham sido satisfatórias, na minha opinião. O câmbio automatizado é lento nas trocas de marchas, o que atrapalha o rendimento do fortwo mhd.

Desenvolvido no para ser um veículo básico no mercado europeu, o fortwo mhd, mesmo sendo a configuração básica, chega por um preço descabido no Brasil, o que foge da proposta para a qual foi criado. No território nacional, o modelo acaba sendo um automóvel de imagem, e é utilizado para ver e ser visto. Ele é “Smart”, mas nem tanto.

Thiago Vinholes
Não acho o smart fortwo grande coisa. Não é pelo fato dele ser pequeno. Acho ele ruim de dirigir, sem falar que seu câmbio automatizado é um exercício de paciência e a suspensão, dura demais, dá a impressão de que o carro vai torcer no meio. Mas é claro que isso está longe de acontecer. Rigidez e segurança são dois pontos de extrema qualidade deste carrinho que as mulheres adoram dizer que é uma “gracinha”.

A versão mhd, por não possuir turbocompressor, é um pouco melhor de andar. Ele não acelera subitamente como o modelo turbo, que dispara quando o motor passa das 2.000 rpm. O modelo mais simplificado ganha velocidade de forma gradual, tornando-o mais controlável, digamos assim. No entanto, senti falta das borboletas para trocas de marcha atrás do volante, ausentes nessa versão.

Dirigir o fortwo, apesar de não ser nada excepcional, é ao menos curioso. Por ser muito curto, algumas lombadas exageradas são mais compridas que o entre-eixos do carro. É como se o carro estivesse escalando o quebra-molas. A proximidade do vidro traseiro do banco do motorista também causa estranheza. E por fim, na hora de estacioná-lo o modelo demonstra o quanto é prático. Ele cabe em qualquer vaga. Uma pena não poder pará-lo por aqui na posição transversal, como fazem na Europa

Já o sistema stop/start que rendeu o sobrenome extra a esse carro é bom, porém, mais uma vez tenho uma crítica. O trânsito de São Paulo não é adequado para esse tipo de carro. No anda e para continuo, o motor desliga a cada vez que o freio é acionado. Mas esse é o menor dos problemas. Ao parar o veículo para imbicá-lo no acesso de uma avenida, ele volta desligar mesmo sem trânsito algum ao redor. Por mais que a ignição seja rápida, o aparelho exagera. Depois de constatar essa característica, optei por desligar o equipamento.

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