307 x C4: separados na maternidade


30/03/2009 - Texto e fotos: Anelisa Lopes
Fonte: iCarros
Gêmeos bivitelinos podem ser chamados de dizigóticos ou fraternos. Ou, em uma analogia um tanto quanto “automotiva”, de Citroën C4 e Peugeot 307. Assim como define a biologia, neste caso, ocorre uma formação de indivíduos geneticamente diferentes. Da mesma plataforma argentina, os irmãos do grupo Peugeot-Citroën possuem diversas semelhanças, mas o temperamento de cada um destaca a individualidade dos modelos.

No momento da compra, a dúvida entre as duas versões topo de linha (Exclusive e Feline) com câmbio automático e motor flex se justificará principalmente pelo preço: enquanto o Citroën custa R$ 68.800, o Peugeot sai por R$ 68.500. E o que faria o comprador optar por desembolsar ou guardar R$ 300? Pelo desempenho, no primeiro caso, e pelo design, no segundo.

Airbag duplo, freios ABS, faróis de neblina, ar-condicionado digital, computador de bordo, piloto automático, CD player com MP3, sensor de chuva e rodas de liga leve de 16 polegadas. Todos estes equipamentos estão presentes nos dois carros. O 307 agrega teto solar elétrico e o C4 oferece sensor de estacionamento traseiro, tecnologia Bluetooth e quatro airbags de tórax e cortina. Por R$ 75.500 ainda inclui o Pack Technologique: regulagem elétrica do banco do motorista, faróis de xenônio direcionais (mudam conforme a direção do volante), controle de estabilidade e antiderrapagem, além de sensor de estacionamento dianteiro.

Linhas externas são particulares

Desta irmandade, o que não se pode negar são as diferenças na aparência. O 307, com sua marca mais inconfundível - a grade em forma de bocona -, é sonho de consumo de muitos jovens desde o lançamento da sua primeira geração, há cerca de sete anos. O grande conjunto óptico puxado para trás dá uma sensação de velocidade e está em harmonia com o restante do conjunto. Por dentro, o acabamento é primoroso.

Com o mesmo entreeixos de 2,60 metros do C4, o 307 tem uma melhor divisão do espaço interno que o irmão, já que leva com mais comodidade quem vai nos bancos de trás e também no bagageiro: carrega 420 litros contra 320 l do concorrente Citroën.

Na dianteira e na cabine, o C4 remete ao Pallas. Da metade para trás, porém, o teto fica curvado, o que determina pouco espaço para passageiros traseiros com mais de 1,80 metro de altura. Os comandos estão dispostos como na versão sedã da linha: direção com cubo central fixo, mostradores digitais e alguns porta-objetos. Para quem vai atrás, há saída e regulagem do ar-condicionado.
Mesmo motor, comportamentos diferentes

O mesmo 2.0 16V bicombustível serve aos dois modelos. São 151 cv (a) e 143 cv (g) de potência a 6.000 giros. O torque máximo, atingido aos 4.000 rpm, é de 22 kgfm (a) e 20 kgfm (g), sempre a 4.000 rpm. A transmissão automática permite trocas manuais. São quatro velocidades.

Logo na primeira arrancada já é possível sentir a diferença de comportamento entre os dois modelos. O C4 tem resposta mais rápida ao acelerador, mesmo no modo drive do câmbio. Enquanto isso, o 307 mostra menos fôlego nas retomadas de velocidade, mas nada que deixe a desejar. Um dos motivos pode estar no seu peso: são 1.368 kg versus 1.292 kg do Citroën.

No dia a dia, o C4 passa maior sensação de estabilidade. Além disso, como o para-choque dianteiro não é baixo como o do Peugeot, passar por uma valeta ou lombada não exige tanto cuidado como com o outro modelo. Além disso, a suspensão do Citroën é um pouco mais rígida, fazendo com que as oscilações do solo sejam menos sentidas pelos passageiros.

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