Classe S400 Hybrid é o primeiro modelo que combina alto luxo e propulsão híbrida no país


Em algum momento da vida você já deve ter olhada para um “doutor” bem instalado em seu carro imenso e pensado na falta de consciência daquele ser humano. O mundo se acabando em dióxido de carbono e ele poluindo o ambiente com sua máquina latifundiária. Pois essa sua idéia começa a ir por água abaixo quando se tratar de um Mercedes-Benz.

Lançado junto com o smart Mhd, o Classe S400 Hybrid coloca de vez o Brasil na rota dos modelos híbridos, quase restritos à Europa, América do Norte e países mais desenvolvidos. É o primeiro veículo híbrido de alto luxo que desembarca por aqui e o que melhor encarna os princípios de “longa convivência” que ainda há de se ter com os motores a combustão. É em um modelo como o Classe S que o futuro da mobilidade seria apresentado, tendo isso em vista, parece que num prazo de 10 anos os híbridos serão mesmo a bola da vez.

Ele já está nas concessionárias ao preço de US$ 253.000 (R$ 480.700) mantendo muito de todo o luxo e requinte do Classe S. Além dos predicados inerentes ao seu sobrenome, o sedã conta como diferencial com uma fonte elétrica extra para auxiliar o trabalho do motor a combustão, um 3.5 V6 de 279 cv, o mesmo do S350, que não é vendido no Brasil. O propulsor elétrico produz 20 cv extras, mas o que fará você sentir o vigor no conjunto está nos 15,3 kgfm de torque que, instantaneamente, atuam no propulsor por um ou dois segundos cada vez que seu pé vai ao fundo do acelerador, seja em retomadas ou acelerações a partir da inércia. Esse valor é praticamente todo o torque de um motor 1.6 convencional. O novo 1.6 16V da Fiat, por exemplo, gera 16,2 kgfm máximo quando movido a gasolina.

Apesar de não atuar sozinho em nenhum momento de deslocamento do carro, o motor elétrico permite que o propulsor se desligue em velocidades abaixo dos 15 km/h desde que o seu pé esteja fora do acelerador ou no freio. Ele volta a funcionar assim que o motorista tira o pé do freio ou volta a acelerar, e de maneira quase imperceptível para quem dirige. Além disso, toda a energia cinética dispersada nas frenagens é capturada pelo sistema que a transforma em energia elétrica. Esta é armazenada em uma bateria de íon lítio de 240V e 28 kg localizada na parte dianteira do automóvel.

Quando o carro está em desaceleração a bateria também é recarregada. O motor elétrico fica posicionado em série, entre a transmissão 7Gtronic e o motor V6, tornando essa conversa entre os dois sistemas bem eficaz. Você ainda pode guiá-lo acompanhando este bate papo entre os dois propulsores pelo monitor no console central, que mostra efetivamente qual o tipo de propulsão está sendo usada no momento. Quando o sistema mostra as conexões na cor vermelha, é porque você está usando o sistema elétrico auxiliar, quando estão na cor branca, só o motor a combustão impulsiona o carro. A cor verde aparece nas frenagens em virtude da recuperação de energia. Ao lado da desenho da bateria está o seu percentual de carga. Tudo muito didático.

Consumo de carro pequeno

O peso total do sistema é de 75 kg, o que permitiu ao S400 ter a mesma possibilidade de carga útil de 595 kg do modelo S350. A marca garante ainda que seu consumo de combustível é de 12,6 km/l na média entre os ciclos urbano e rodoviário (de acordo com a Norma Brasileira 7024) e as emissões não passam de 186 g CO2/km. Com relação ao posicionamento das baterias e à segurança, a fabricante garante que todo o sistema é automaticamente desligado em caso de colisão de qualquer espécie, uma vez que sua voltagem e amperagem podem causar danos severos em caso de choque.

Ao bordo do Classe S, como estamos acostumados ao V8 do S500, você até sente um pouco de falta de motor. Mesmo com a assistência do motor elétrico, as respostas demoram a vir, mas o menor consumo de combustível nos tempos atuais parecem uma boa causa, não é? Em sua atmosfera ele tem quase tudo do S350 vendido na Europa, só perdeu os ajustes elétricos do banco traseiro e o banco multicontorno dianteiro (com bolsas de ar que moldam assento e encosto ao corpo do motorista). Mas nem por isso deixa de ser um mundo de sonhos para quem dirige ou apenas passeia por ali. Ao motorista, que normalmente usa terno, cap e luvas brancas, há todos os gadgets que a tecnologia automotiva pode oferecer, a começar por um painel em que o velocímetro é digital, mas de tão parecido com o sistema analógico, custa-se a acreditar que seja uma projeção gráfica. Há ainda o pacote de iluminação ativa, lançado no Classe E, que reconhece a aproximação de um carro à frente e baixa os faróis para não ofuscar a visão do outro.

Devido a sua pouca visibilidade traseira e por seu tamanho avantajado, o carro conta ainda com o Parkguidance, que auxilia nas manobras. A suspensão é da família Airmatic, que mantém sua personalidade de “navegação” e não de rodagem sobre o asfalto, tamanho o conforto, que é acentuado pelo sistema de entretenimento, na frente e atrás, e até uma mini geladeira. O carro traz ainda um sistema de visão noturna, em infravermelho, e o Attention Assist, que analisa o comportamento do motorista ao volante e alerta sobre a hora de parar para um breve descanso em longas viagens.

O primeiro lote de 40 carros do Classe S400 Hybrid já está nas concessionárias. Depois de vendidas essas unidades, o S400 só será trazido por encomenda. A marca espera comercializar 60 exemplares até o fim de 2010.

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